sexta-feira, 30 de julho de 2010

Lodomoioiô

E tem gente que ainda duvida do ócio criativo. Nesse alegre post de hoje, divido com vocês mais uma invenção minha em parceria com meu amigo Oscar - o Lodomoioiô.

Esse jogo eletrizante foi inventado por nós uma noite durante uma balada miada na distinta cidade de Limeira (#orgulhonerd). Após ser mantido em segredo do grande público por cerca de dez anos, é chegada a hora de dividir tamanha inutilidade com todos.

Se você cansou de disputar quem vai comer a última batatinha da porção no simples par ou ímpar, não se desespere! Chega de cara ou coroa! Diga adeus ao Jokenpo (com a possível exceção dessa versão aqui)! Jogue Lodomoioiô e deixe seus amigos boquiabertos!

Oh, meu Deus!

 É simples: os jogadores, com sua mão direita, podem fazer apenas duas formas básicas - um arco ou uma reta.

De quem seria essa mão belíssima?
 
 Como você obviamente já concluiu, a sua mão direita mais a mão direita do oponente podem formar uma das três figuras abaixo:


Tudo muito simples, tudo muito fácil.


É aí que vem a sacada - a mão esquerda! Simultaneamente com a escolha da forma da mão direita, você "aposta" com a mão esquerda qual será a figura resultante, seguindo a lógica:


Sacou a ideia?


Ta-dan!! E eis que você acaba de decobrir uma maneira instigante de tirar "campo ou bola". Bom, possivelmente pessoas que jogam bola com frequência não jogariam isso com medo das reações no vestiário....


Só pra ilustrar melhor, uma jogada-demo:

Tem noção como é difícil tirar foto das próprias duas mãos??


O jogador 1 mandou uma reta e apostou no semi-círculo. O seu oponente, apostando no círculo, lançou um arco. Melhor para o jogador 1...


É isso, crianças. Enjoy!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Uma história sem morte - Primeira Parte

- Você não consegue escrever nada em que ninguém morra?
Ele parou de digitar. Virou-se pra ela.
- Oi?
- Sabe, sem morte - folheava as folhas impressas, sem atenção - Você escreve super bem, e tudo, mas precisa sempre ser esse banho de sangue?
- Ele morre envenenado...
- Você sabe o que quis dizer.
- Claro...
Olhou para baixo; coçou o nariz. Coçava o nariz quando ficava nervoso. Ela amoleceu.
- Escuta, eu não quero te bloquear... A história tem suspense, é involvente... É que...
- O quê? - rebateu, já meio sem paciência.
- Esquece.
- Fala!
- É que... é meio mórbido. Me assusta morar com alguém com ideias psicopatas.
Ele soltou um grunhido de desdém.
- Não seja ridícula!
- Não me chame de rídicula.
- Eu não falei que você é; eu disse pra não ser!
- Ah, tá! Faz o seguinte, OK? Escreve o que quiser, mata quem quiser, fechado? Tô saindo!
Apanhou a bolsa num sopetão. Já estava com a mão na maçaneta da porta. Outra vez, ela sairia por cima. Ele detestava isso, como ela conseguia fazê-lo parecer errado.
- Não, peraí... Aonde você vai?
- Me encontrar com a Fernanda. Tá me esperando no café. Posso ir? - perguntou, ironicamente.
- Claro.... Olha, não fique brava. Vou tentar escrever algo bonito pra você, tá?
- Tá... Sem sangue?
- Sem sangue. Sem veneno.
Ela riu. 
- Desculpa eu gritar...
- Deixa pra lá... Vai lá, que sua amiga tá te esperando. Viu, faz um favor?
- O quê?
Correu pro quarto. Voltou com um terno no cabide.
- Leva na lavanderia pra mim?
- Mas... é do outro lado da cidade.
- Eu sei, mas sexta é o casamento e não vai dar pra usar assim. Quebra essa?
- Tudo bem, vai. Agora, deixa eu ir.
- Beijo, divirta-se.
Ela virou pra trás à porta. Mandou um beijo no ar. Ele assistiu a saída. Ficou parado, ainda olhando a porta fechada, enquanto sentia um calafrio no corpo. Aquele, de quando temos uma ideia genial. Apertou o olhar, e um sorriso vitorioso começou a se formar. Ao trabalho!